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A Doutrina Espírita nos convida ao estudo; mas alerta-nos que sem Obras nunca seremos verdadeiramente ESPÍRITAS.

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terça-feira, 7 de outubro de 2014

REPARANDO DÉBITOS


Existe erro irreparável? Será que acontecem tropeços na vida que jamais poderemos ressarcir?
Quando nos damos conta de alguma atitude errada, de uma ação desmedida, é natural que busquemos reparar o erro.
Quando nos conscientizamos do engano, a consciência, por processo natural, nos pede para ressarcirmos perante a vida, o que dela, de uma ou de outra forma, extorquimos.
Então nos armamos de coragem, humildade e entendimento, para buscar os meios de corrigir o erro.
Porém, é verdade que não raras são as situações onde essa reparação não se mostra tão simples ou corriqueira.
Alguns equívocos se alastram por toda a existência, sem oportunidade ou, por vezes, coragem de serem reparados.
São aqueles de difícil solução, envolvendo circunstâncias que nos fogem ao controle.
Assim, se pensamos em uma única existência, a resposta para a primeira pergunta será, inevitavelmente, Sim: existem erros irreparáveis.
Seja por dificuldades pessoais ou circunstâncias que se imponham, haverá situações que não permitirão reparação, nesta vida.
Basta que recordemos quantas pessoas concluem a sua jornada na Terra sem terem conseguido perdoar o próximo, ou sem terem tido a oportunidade de pedir perdão.
No entanto, lemos nos Evangelhos que Jesus afirmou que ninguém deixará a Terra sem antes pagar até o último ceitil, ou seja, a última moeda.
Se assim assevera o Mestre, como explicar essas situações onde a morte nos alcança antes de nos reabilitarmos?
Como pagar todas essas dívidas?
A orientação de Jesus, nos ensinando que pagaremos tudo antes de deixar a Terra, mostra a bondade de Deus, e o alcance da Providência Divina.
Mostra-nos o Mestre que, mesmo que nesta existência não tenhamos a oportunidade de restabelecer a paz de consciência, outras se apresentarão.
Esta vida poderá se esgotar, mas outras virão.
Outras vidas, outras oportunidades em que poderemos reencontrar os desafetos, para nos perdoarmos mutuamente.
Voltarmos a conviver com aqueles a quem magoamos, ferimos, de muitas e diversas formas, para nos ajustarmos, agindo de forma oposta.
Isso explica algumas situações difíceis, no seio familiar. São os desafetos de outros tempos a nos convidar para refazermos laços de amizade, de compreensão.
Não renascemos para cobranças, mas para reformularmos nossa maneira de ser, onde os sentimentos de perdão, tolerância, doação se devem fazer presentes.
Por isso, tudo o que nos ocorre são as respostas do ontem que nos chegam, dando-nos a chance de pagar as moedas da dívida contraída outrora.
E tudo acontece sob a chancela da Divindade. Nenhuma injustiça, nenhum fato sem um bom e justo motivo. Exatamente como ensinou o Mestre Jesus: A cada um segundo as suas obras.
Cada um colhe o que semeou, em estação recente ou há muito tempo. Flores para quem lançou as sementes do bem, cardos e espinhos para quem somente provocou dores e sofrimentos em alheias vidas.
Pensemos nisso e, se não podemos modificar a semeadura do ontem, tenhamos a certeza de que somos os detentores de todo o poder para a melhor escolha da lavoura, nestes dias. 
Redação do Momento Espírita. Em 4.10.2014.

Michel Pépé - L'eau De Cristal‏
https://www.youtube.com/watch?v=WeRE9FSQDYE

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

COMUNICANDO O AMOR AOS NOSSOS FILHOS


Você ama seus filhos, certo? Mas será que eles se sentem amados por você?
Você ama seus filhos, mas será que da melhor forma que há de se amar?
Saber comunicar o amor e aprimorar nossa forma de amá-los é fundamental para se construir uma relação saudável e ainda, para desenvolver nas crianças uma boa autoestima e autonomia.
Esta comunicação pode se dar, inclusive, sem palavras.
Vejamos um exemplo:
A mãe “a” centraliza sua atenção em Pedro, e não na tarefa que está executando.
Por exemplo, quando lhe dá banho, os músculos dela estão relaxados e sua atitude é brincalhona e suave. Há uma luz doce em seus olhos.
Ela examina os pés gordinhos e enrugados, delicia-se com as suas reações ao pingar água sobre sua barriga.
Quando Pedro balbucia, ela responde.
Se ele espalha água com as mãos, vê a mãe reagir com uma risada e participar da sua brincadeira.
Não há palavras, mas os dois estão se comunicando.
Pedro sente e vê a receptividade dela. Não sabe que ele é um ser à parte, mas tem as primeiras noções de que é valorizado.
A mãe “b” aproveita a hora da amamentação para ler.
Seus braços o sustentam frouxa e indiferentemente.
A atenção não se volta para o menino, mas para o livro.
Se Pedro balbucia, ela não toma conhecimento. Quando ele se movimenta, os braços da mãe não colaboram.
Se agarra a blusa dela, a mãe o faz soltar sem sequer olhar para ele.
Pedro e a mãe não estão partilhando uma experiência.
Na verdade, não há um encontro terno, humano, direto de pessoa para pessoa.
A mãe é todo o mundo de Pedro naquele momento e suas primeiras experiências lhe ensinam que não merece atenção.
Para ele, o mundo é um lugar muito frio no qual tem pouca importância.
Podemos ver que Pedro teria uma série de impressões muito diferentes a respeito de si próprio, com a mãe “b” e com a mãe “a”.
Se perguntássemos às duas, muito possivelmente ambas diriam que amam Pedro. Porém, qual delas estaria comunicando melhor esse amor? Qual delas estaria aproveitando melhor as potencialidades desse sentimento excelso?
Da mesma forma, a superproteção, que pode ser lida como uma grande expressão de cuidado, de carinho, passa a mensagem ao filho de que ele não é competente. E não de que ele é muito amado.
A superproteção reduz o autorespeito, reduz a capacidade das crianças desenvolverem sua autonomia.
São alguns pequenos exemplos de como podemos não apenas amar mais, mas também amar melhor, amar com sabedoria.
Não deixaremos de lhes dizer sempre, é claro, como são amados, como são importantes para nós. Na construção de sua autoestima, esta certeza é fundamental.
Porém, nossos gestos, nossas mensagens sem palavras, precisam acompanhar nossa fala.
*   *   *
Procuremos como pai, como mãe, como tutor, aprimorar-nos sempre nesta tarefa.
Ninguém nasce sabendo ser pai e mãe exemplar.
Busquemos nas leituras, nos estudos, nas técnicas também, o auxílio que necessitamos para que possamos amar melhor.
Que possamos levar a educação de nossos filhos a sério, como uma profissão: dedicando-nos a ela de corpo e alma.
Redação do Momento Espírita com base em trecho da obra Autoestima de seu filho, de Dorothy Corkille, pt. 1, cap. 2, ed. Martins Fontes. Em 30.9.2014.


Michel Pépé - La Purete du Coeur (Relaxing, soothing music)

http://www.youtube.com/watch?v=ez9Ah5R3q1c 

terça-feira, 23 de setembro de 2014

NOSSA FÉ


Teresa d´Ávila, nascida Teresa Sánchez de Cepeda Y Ahumada, ou Tereza de Jesus, como é mais conhecida em sua terra natal, a Espanha, foi uma mulher invulgar.
Nascida no final da Idade Média, em meio à reforma protestante, órfã de mãe, foi levada pelo pai a morar em um convento para ficar preservada dos arroubos do mundo, segundo ele.
Em determinada época da vida passa a ter suas experiências místicas, entrando, não raro, em êxtase, durante suas meditações e orações.
Pede então permissão para sair pela Espanha a fundar conventos, pois vê a necessidade de uma nova ordem religiosa, sem os vícios que via nas existentes.
Dona de uma fé profunda e de uma cultura respeitável, em 27 de setembro de 1970, o Papa Paulo VI lhe conferiu o título de Doutora da Igreja.
Enfrentou inúmeras dificuldades, contrariou a muitos interesses da época, enfrentou a fúria da Inquisição espanhola, mas nada disso a abateu.
Em 1576, numa série de perseguições que sofreu ela, seus amigos e suas reformas, foi condenada a ficar reclusa em uma de suas instituições.
Somente depois de diversos anos, graças ao rei Filipe II da Espanha, essa situação foi aliviada.
Na fortaleza de sua fé, escreveu, certa feita:
Nada te perturbe, nada te amedronte, tudo passa. A paciência tudo alcança. A quem tem Deus nada falta. Só Deus basta.
Fez desta profissão de fé a regra de seu viver.
Assim, é de nos perguntarmos: Quanta fé basta para enfrentarmos as dificuldades da vida?
Muitas vezes reclamamos que Deus não nos oferece as condições necessárias para melhor agirmos.
Frequentemente nos queixamos de que se a vida mudasse nessa ou naquela circunstância, seríamos melhores, agiríamos de maneira mais adequada.
Esquecemos, nessas horas, de que Deus está sempre a nos oferecer aquilo que nos basta, o mais adequado, no exato momento, na hora mais apropriada.
Entendendo assim é que Teresa de Jesus afirmou que para quem tem a Deus nada falta. Só Deus basta.
Ter a Deus, no seu dizer profundo, é compreender a longa extensão da bondade e da Providência Divina.
É entender que as agruras da vida, os problemas e dores são apenas ferramentas de que a vida se utiliza para forjar virtudes.
Logo as dificuldades passam, os problemas se dissolvem, e o que fica são os valores nobres insculpidos na alma.
Tendo o pleno entendimento de que Deus provê a todas as nossas necessidades, compreendendo que jamais estaremos esquecidos do Seu amparo, não há porque se perturbar. Não há motivos para se amedrontar.
Assim se constrói nossa fé. No entendimento de que devemos buscar nosso bem-estar, construir nossos sonhos, buscar nossa melhoria.
É o que Jesus nos aconselha: Buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á.
E quando chegamos no limite de nossas ações, quando já não há o que fazer para minimizar ou solucionar nossos problemas e dores, aí inicia a construção de nossa fé.
No entendimento de que Deus é verdadeiramente nosso Pai, que Suas ações são permeadas de amor e justiça, nos fortaleceremos.
E então, como a mística espanhola, haveremos de entender que para quem tem Deus nada falta. Só Deus basta.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita. Em 17.9.2014.

Enya - Watermark

http://www.youtube.com/watch?v=oiFTXckh0zU

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

EXISTE DEUS?



Conta-se que Buda, o grande líder religioso, estava reunido com seus discípulos certa manhã, quando um homem se aproximou e perguntou:
Existe Deus?
O mestre penetrou no olhar do desconhecido por alguns segundos e respondeu objetivamente:
Sim, Deus existe.
O tempo passou e, após o almoço, um outro homem se acercou do sábio e questionou:
Existe Deus?
Buda fitou o homem rapidamente, e logo lhe respondeu:
Não, não existe.
Ao final da tarde, então, uma terceira pessoa se achegou a ele, e lhe fez a mesma pergunta:
Mestre, existe Deus?
O sereno e experiente sábio procurou os olhos do questionador, e explicou:
Você é quem irá decidir.
O homem se afastou pensativo e logo os discípulos de Buda lhe exigiram satisfações:
Mestre, que absurdo! - Disse o mais surpreso deles. - Como o senhor dá respostas diferentes para a mesma pergunta?
Com paciência e tranquilidade, respondeu então o Iluminado:
Porque são pessoas diferentes! E cada uma delas se aproximará de Deus à sua maneira: através da certeza, da negação e da dúvida.
*   *   *
O fundador do Budismo estava certo: somos pessoas diferentes, almas que já viveram as mais diversas experiências através das inúmeras existências.
Assim, cada um de nós irá se aproximar da verdade de forma diversa. E esta é uma das razões pela qual encontramos no mundo religiões diferentes, crenças distintas e as mais diversas formas de interpretar a verdade.
Cada uma dessas interpretações aplica-se a um grupo de Espíritos, conforme suas necessidades naquele momento da sua evolução.
É por essa razão que não podemos criticar as crenças que divergem da nossa, pois cada um encontrará a verdade de uma maneira e cada um encontrará a religião, a doutrina que lhe preencha a alma, que o complete, que o console.
Não podemos jamais ter a pretensão de que a nossa seja a melhor crença.
Ela é a melhor para nós, para os nossos anseios, para as nossas necessidades pessoais, mas nunca teremos o direito de impor, de converter alguém à força, à doutrina que abraçamos.
É muito importante lembrar da lição de Buda, que nos convida à reflexão e à mudança de atitudes em relação à liberdade de crença.
Cada um de nós se aproximará de Deus à sua maneira: através da certeza, da negação, ou da dúvida. 
*   *   *
Allan Kardec, na primeira obra da Codificação Espírita, questiona aos Espíritos por que sinal se poderá reconhecer a religião que realmente seja a expressão da verdade.
A resposta foi a seguinte:
Será aquela que fizer mais homens de bem e menos hipócritas, quer dizer, praticantes da lei de amor e caridade na sua maior pureza e na sua mais larga aplicação.

Redação do Momento Espírita, com base em texto do livro Maktub, de Paulo Coelho, ed. Rocco e no item 842, de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb. Em 28.02.2011.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

DOIS MUNDOS NUM MESMO MUNDO


O canal televisivo mostra bombas explodindo, mísseis sendo lançados e centenas de corpos pelo chão. Não se trata de um filme. São cenas reais e atuais.
A tristeza nos envolve, num misto de compaixão e de horror. Como pode o homem ser lobo do seu semelhante? Como pode usar de tanta maldade?
A um toque no controle remoto, alteramos a sintonia e outras imagens aparecem.
Em rodovia movimentada, carros transitam em velocidade, ocupando as três largas pistas. No meio disso tudo, um gatinho apavorado se desvia de um carro e de outro.
Alguns motoristas, ao vê-lo, desaceleram e desviam, a fim de não matá-lo. Mas, o animalzinho corre risco de morte a qualquer instante.
Então, na pista da direita, um caminhão estaciona, o motorista salta rápido e, num único e ousado lance, resgata o pequeno animal, levando-o para o seu veículo.
Logo mais, aparece uma localidade africana seca, poeirenta. Uma elefanta anda de um a outro lado, emitindo barridos fortes, como num pedido de socorro. Seu filhote caiu em um buraco e ela não o consegue retirar.
Ele chora e se move, sem conseguir sair. De repente, chegam dois homens, trazendo cordas.  Com extremo cuidado resgatam o filhote que, tão logo se vê liberto, corre para a mãe que o acaricia com sua tromba.
E, numa cena comovente, o bebê elefante, faminto, busca o leite materno para saciar a fome.
Em outro local, gélido, diferente resgate ocorre. Vários homens se esmeram para retirar de águas geladas um grande animal. Com as pernas congeladas, ele recebe massagem nas ancas, nas patas, até que demonstre possibilidade de se movimentar.
E, antes que se erga nas próprias patas, recebe um caloroso abraço de um dos seus salvadores, como a lhe dizer: Irmão, você está salvo!
E, quando as notícias começam a tecer o panorama nacional, uma tragédia é anunciada. Quatro pessoas de uma mesma família estão soterradas sob um edifício de quatro andares que ruiu.
Os bombeiros trabalham com afinco, as horas avançam, o cansaço os abraça, as forças parecem lhes faltar. Entre lágrimas, exclama um deles: Daqui não me afastarei até o resgate final.
Trinta e quatro horas passadas, é resgatada a menina de oito anos, depois o pai. Em seguida, o bebê de poucos meses. Esse apresenta problemas respiratórios e recebe massagem específica, no próprio local.
Finalmente, a mãe é retirada dos escombros. Enquanto a ambulância abre caminho pelas ruas, com sua sirene estridente, levando as quatro vidas preciosas, os bombeiros se unem numa grande corrente.
Braços entrelaçados, cabeças baixas, eles oram, em gratidão a Deus, pelo êxito alcançado.
Que religião professam? Que importa! Deus é um só. As religiões são caminhos para religar o ser ao Pai Celeste.
Todos oram, irmanados, filhos do mesmo Pai, ao Pai se dirigindo.
*   *   *
Ante quadros tão diversos, concluímos que, no abençoado planeta Terra, muitas criaturas ainda vivem o estado de guerra, de selvageria, de maldade.
Entretanto, um número bem mais expressivo já elegeu o amor como seu roteiro de vida.
São esses que se esmeram em conservar, resguardar, recuperar outras vidas, indo, muitas vezes, além do dever, convocando energias sobrehumanas.
E nós? A que categoria pertencemos? Estamos destruindo ou preservando vidas? Somos do bem?
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita. Em 15.9.2014.

ERNESTO CORTAZAR - Between roses and thorns
https://www.youtube.com/watch?v=U7JmGG0wyE4

terça-feira, 16 de setembro de 2014

O QUE PASSA E O QUE PERMANECE


Há poucos dias eu me mudara para minha nova casa.
Os móveis haviam chegado e precisavam ser montados. Contratei, portanto, os serviços de um marceneiro.
Era um homem experiente e esforçado. Em apenas três dias conseguiu montar sozinho os móveis do quarto, sala e cozinha.
E gostava muito de conversar também. Entre uma martelada e outra, um parafuso ajustado, puxava os mais diversos assuntos.
De vez em quando falava de política. Em outros momentos, discorria sobre as vantagens de seu time favorito de futebol. Ainda, falava sobre o tempo, atualidades e a última notícia sensacionalista dos jornais.
Mas, sem dúvida, seu assunto predileto era sua família. Gostava de contar sobre a dedicação de sua esposa e da inteligência e educação dos seus filhos. Seus olhos brilhavam de orgulho e felicidade.
Entretanto, naquele terceiro dia, ao chegar à minha casa para concluir a montagem dos móveis, percebi que havia algo diferente no seu semblante.
Trabalhou o dia todo praticamente em silêncio e, porque me preocupei com tal mudança de comportamento, questionei-o sobre o que estava acontecendo.
Aquele não havia sido um dia fácil para ele: de manhã, seu veículo de trabalho havia apresentado problemas e, por isso, ficaria vários dias na oficina mecânica.
Quando estava no ponto de ônibus, aguardando o transporte que o traria à minha casa, um assaltante lhe furtou a caixa de ferramentas.
E, como se não bastasse, sua carteira estava na caixa. Dessa forma, todos os seus documentos haviam sido extraviados também.
Por isso, ele estava extremamente irritado, o que justificava o seu silêncio.
Quando ele terminou seu trabalho, em solidariedade aos acontecimentos tristes daquele dia, lhe ofereci uma carona para casa, pois sabia que ele estava muito cansado. Agradecido, ele aceitou.
Ao chegarmos, ele me convidou para entrar, a fim de que eu conhecesse sua família.
Em frente à residência, havia uma majestosa árvore. Antes de abrir a porta de sua casa, o trabalhador se recostou nela por breves momentos e, depois disso, seu semblante mudou, o que me causou grande espanto.
Entrou em casa sorrindo, beijando a esposa e os filhos, e, para variar, falando muito.
Ela me convidou para o jantar e a noite foi muito agradável.
Ao me despedir, envolto pela curiosidade, o questionei sobre a árvore e aquela mudança radical de atitude.
Sorrindo, ele me respondeu: Aquela é minha árvore dos problemas. Quando chego à minha casa, eu deixo todos os meus problemas nela, de forma que não os desconte em minha família, pois de nada eles têm culpa.
Amanhã, quando eu for trabalhar, os pego novamente e, com a ajuda de Deus, saio para resolvê-los.
*   *   *
Embora as situações difíceis que se apresentam no dia a dia, cultivemos sempre o bom ânimo com aqueles que estão ao nosso redor.
Não deixemos que nossos problemas se transformem em palavras rudes, impaciência, falta de carinho, amor, compreensão, ternura.
Pois o dinheiro, o estresse, as metas a se alcançar vão-se embora... Mas a família, os amigos, momentos de cumplicidade ao lado daqueles que nos amam e a quem amamos, esses sim são eternos...
Pensemos nisso... Mas pensemos agora!
Redação do Momento Espírita, com base em conto de autoria ignorada. Em 10.9.2014.

ERNESTO CORTAZAR- La vie en rose
http://www.youtube.com/watch?v=y2xRDf7oXPU

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

O QUE É O AMOR?

Numa sala de aula, onde havia várias crianças, uma delas perguntou à professora:
Professora, o que é o amor?
A professora sentiu que a criança merecia uma resposta à altura da pergunta inteligente que fizera.
E como já estava na hora do recreio, pediu que cada aluno desse uma volta pelos jardins da escola e trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de amor.
As crianças saíram apressadas e depois de alguns minutos voltaram à sala.
A professora esperou que todos se sentassem e, quando o silêncio se fez na  pequena sala, cobrou a tarefa que lhes havia dado: Quero que cada um mostre o que trouxe consigo.
A primeira criança disse: Eu trouxe esta flor, não é linda?
A segunda falou: Eu trouxe esta borboleta. Veja o colorido de suas asas, vou colocá-la em minha coleção.
A terceira criança completou: Eu trouxe este filhote de passarinho. Ele havia caído do ninho junto com outro irmão. Não é uma gracinha?
E assim as crianças foram mostrando tudo o que tinham captado lá fora, que pudesse representar o amor.
Terminada a exposição, a professora notou que uma das crianças tinha ficado quieta o tempo todo. Ela estava muito envergonhada, pois nada havia trazido.
Então a professora se aproximou dela e lhe perguntou:
Meu bem, por que você não trouxe nada?
E a criança timidamente respondeu:
Desculpe, professora. Eu vi a flor e senti o seu perfume. Pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la para que seu perfume exalasse por mais tempo.
Vi também a borboleta, leve e colorida! Ela parecia tão feliz que não tive coragem de aprisioná-la.
Achei um passarinho caído entre as folhas, mas, ao subir na árvore, notei o olhar triste de sua mãe e preferi devolvê-lo ao ninho.
Portanto, professora, trago comigo o perfume da flor, a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mamãe passarinho ao ver seu filhote de volta, são e salvo.
Como posso mostrar o que trouxe?
A professora agradeceu a todos e, olhando a criança de mãos vazias, disse-lhe:
Você foi a única criança que percebeu que só podemos trazer o amor no coração. 
*   *   *
Se você já consegue perceber as belezas que Deus criou para enfeitar o planeta que nos serve de morada, não queira reter essas maravilhas para si somente, pois isso não é amor, é egoísmo.
Se você admira as flores, deixe-as no lugar em que estão, para que os outros possam sentir também o seu perfume e admirar sua beleza.
Se você se extasia contemplando a leveza dos pássaros a deslizar no ar, não os prenda em gaiolas, para que outras pessoas possam admirá-los também.
Se você aprecia ver os rios de águas cristalinas a correr por entre as pedras, não lhes polua o leito, para que outros olhos possam contemplá-los, igualmente.
Se você gosta de banhar-se nas águas limpas do oceano, não lhes turve a limpidez, para que todos possam usufruir dessa maravilha.
Se você se sente bem respirando ar puro, preserve-o para que todos possam desfrutar desse benefício.
E, por fim, lembre-se: o verdadeiro sentimento de amor só pode ser conduzido no próprio coração.

Redação do Momento Espírita, com base em história extraída do livro Histórias para sua criança interior, de Eliane de Araujo, ed. Roca. Disponível no livro Momento Espírita v. 2 e no CD Momento Espírita v. 6, ed. Fep. Em 18.10.2010.

Loreena McKennith - Seeds of Love
http://www.youtube.com/watch?v=BjlRlr_N0Gs
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